sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Oito garranos abatidos a tiro no último mês

por PAULO JULIÃO30 Janeiro 2010
Oito garranos abatidos a tiro no último mês
Crimes são motivados pela destruição de culturas pelos animais. Em ano e meio já foram mortos a tiro 25 cavalos 
Desde Dezembro que a freguesia de Serdedelo, em Ponte de Lima, assiste à morte, a tiro, de cavalos garranos que pastam pelos montes da localidade. Ao todo, disse ao DN o presidente da junta local, já há registo de oito cavalos mortos, sendo que só na semana passada foram quatro. A possível destruição de algumas culturas pode estar na origem do caso, admite Fernando Fiúza.
"Os cavalos até nem andam pela freguesia. Só que nesta altura do ano descem o monte para comer e entram nas propriedades privadas, destruindo as culturas, o que não deve agradar muito aos proprietários", apontou o autarca.
Um fenómeno que não é novo. Há menos de um ano dois cavalos daquela raça nacional protegida foram mortos a tiro em Paredes de Coura e, poucos meses antes, outros quinze. Além de Coura, também em Melgaço. Em todos estes casos a GNR foi chamada a investigar, decorrendo diligências para apurar os autores dos disparos. A suspeita recai sob proprietários de terrenos agrícolas, que viram culturas serem destruídas pelos animais. "Os cavalos destroem as culturas e os proprietários tratam-lhes da saúde", atira o autarca.
Segundo a GNR, a revolta dos proprietários de terrenos resulta na destruição das colheitas pelos animais que, não estando identificados, acabam por nunca permitir responsabilizar os criadores pelos estragos. O Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR tem vindo a apertar a vigilância e aponta para que apenas metade dos garranos que são criados livremente apresentam marcas identificativas, que são obrigatórias, de forma a responsabilizar os proprietários. Dada a falta de controlo da circulação destes animais, a estimativa de meio milhar de garranos a pastarem livremente pelo Alto-Minho, não passa disso mesmo.
Por diversas vezes a Fundação Alter Real já alertou para a possibilidade de se estar a agravar a ameaça de extinção da raça garrana que, de acordo com os registos de há dez anos, contava apenas cerca de dois mil animais. Classificada como espécie protegida, a ameaça aos garranos acontece, ainda, por se tratar de uma raça que exige um regime "semi-selvagem", com os animais em criação livre pelos montes, espaços que cada vez são mais reduzidos e limitados. Desde 2008, segundo dados oficiais relativos a queixas participadas, há registo de 25 garranos abatidos a tiro, entre Paredes de Coura, Ponte de Lima, e Melgaço, apenas nos últimos 18 meses.

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